Braver Engenharia

BLOG DA BRAVER

Reforço estrutural e avaliação de desempenho da Aberfeldy Footbridge: o que aprendemos com 30 anos de uso

Compartilhe!

Quando foi construída em 1992, a Aberfeldy Footbridge prometia durabilidade e resistência com materiais inovadores como GFRP e Kevlar. Mas como toda inovação real, ela enfrentou o teste do tempo — e o teste da realidade. Em 1997, após uma sobrecarga inesperada, a ponte passou por um reforço estrutural que se tornou referência para engenheiros no mundo todo.

Neste artigo, você vai descobrir:

  • O que causou a necessidade de reforço estrutural;
  • Como a ponte foi reparada usando técnicas avançadas com compósitos;
  • O desempenho real da estrutura após décadas de uso;
  • Lições valiosas sobre durabilidade de pontes em GFRP.

A sobrecarga que exigiu atenção

Apesar de projetada para pedestres e ciclistas, a ponte foi submetida, poucos anos após sua inauguração, à passagem de um trator com um trailer carregado de areia.

O resultado?

  • Fissuras visíveis no tabuleiro de GFRP;
  • Redução local de rigidez;
  • Necessidade urgente de intervenção técnica.

A solução: reforço com compósitos sobre compósitos

Em 1997, foi executado um reforço inteligente e pouco invasivo:

  • Adição de placas de GFRP sobre a superfície do tabuleiro, por baixo da membrana de borracha que protege a estrutura.
  • As placas foram coladas e fixadas com rebites temporários, que foram retirados após a cura completa do adesivo estrutural.
  • Nas vigas laterais, foram aplicadas camadas de CFRP (plástico reforçado com fibra de carbono) para resistir a tensões elevadas provocadas pelos cabos de suspensão.

Esse reforço adicionou apenas 0,17 kN/m de peso extra — mantendo a proposta original de leveza e eficiência.

Avaliação técnica: testes e monitoramento

A ponte foi monitorada e testada extensivamente:

  • Ensaios de vibração realizados em 1995 e 2000 indicaram que o reforço aumentou a rigidez e melhorou a estabilidade dinâmica.
  • Durante testes com pedestres marchando em sincronia (pior cenário possível para pontes leves), a aceleração vertical registrada foi de 0,22 g — acima de certos limites normativos, mas ainda dentro de margens de segurança para uso não contínuo.

Esses dados mostraram que a estrutura respondeu bem ao reforço, mantendo desempenho funcional e segurança.

Desgaste e desafios de manutenção

Apesar da boa performance estrutural, alguns elementos apresentaram desgaste superficial:

  • Guarda-corpos em GFRP sofreram erosão da resina e exposição das fibras, especialmente nas áreas mais ensolaradas.
  • Conectores tipo “toggle” mostraram sinais de falha nas articulações.
  • Mofo e umidade retida foram observados em áreas onde não havia drenagem adequada.

Esses problemas não comprometeram a integridade estrutural, mas reforçam a necessidade de considerar detalhes construtivos, drenagem e manutenção preventiva em projetos com compósitos.

O que aprendemos com a Aberfeldy?

  • Materiais compósitos funcionam bem a longo prazo, desde que aplicados com critério e acompanhados de manutenção adequada;
  • O reforço com GFRP e CFRP se mostrou eficaz, rápido e de baixo impacto;
  • Mesmo com condições climáticas severas, a ponte continua estável após mais de 30 anos.

A Aberfeldy Footbridge é mais do que um experimento bem-sucedido — ela é prova viva de que inovação, quando bem feita, resiste ao tempo.

Quer explorar mais exemplos de pontes inovadoras com compósitos e como essas soluções estão sendo aplicadas no Brasil? Quer utilizar materiais avançados, como o PRFV, em seus projetos estruturais? Fale com nossos especialistas e tire o seu projeto do papel.

Confira também outros posts

Tenha um Diagnóstico Gratuito

Entre em contato conosco, fale diretamente com um dos nossos especialistas e receba a melhor solução para sua necessidade!